Led Zeppelin, uma das bandas mais icônicas e mitológicas do rock, construiu um legado imortal, repleto de histórias fascinantes, polêmicas e um impacto que ressoa até hoje. Este artigo traz à tona fatos pouco conhecidos sobre a banda que revolucionou a música e moldou o rock como o conhecemos. Desde os primórdios com Jimmy Page até o auge da carreira, há inúmeras curiosidades que ajudam a entender por que o Led Zeppelin se tornou um dos pilares do rock mundial. Prepare-se para uma imersão profunda na trajetória desse gigante do rock, desde os primeiros acordes até a consagração definitiva.
Jimmy Page: O Prodigioso Arquiteto do Led Zeppelin
A figura central do Led Zeppelin, Jimmy Page, já era um prodígio do instrumento desde os 14 anos, quando apareceu em programas da BBC. Seu talento o levou a se tornar um dos músicos de estúdio mais requisitados de Londres entre 1964 e 1966. Estima-se que ele tenha participado de 70% das gravações pop na Inglaterra nesse período. A influência de Page como músico de estúdio pavimentou o caminho para a criação de uma das maiores bandas de todos os tempos.
Page tocou em gravações de Tom Jones (It’s Not Unusual), Them com Van Morrison (Baby Please Don’t Go), e também nos primeiros álbuns dos Kinks e The Who. Um detalhe curioso é que Page gravou violão de 12 cordas em You Really Got Me dos Kinks e I Can’t Explain do The Who. Essa versatilidade fez com que ele rapidamente ganhasse notoriedade no mundo da música, sendo chamado para colaborar em diversos projetos paralelos, incluindo trilhas sonoras de filmes e jingles publicitários.
Em 1965, Jimmy Page lançou um compacto solo chamado She Just Satisfies, onde tocava guitarra, baixo, gaita e fazia os vocais. Essa raridade se tornou uma peça de colecionador, difícil de encontrar até hoje. Muitos acreditam que esse compacto foi uma espécie de esboço inicial do que Page queria criar futuramente com uma banda própria, livre das limitações do estúdio.
Além disso, Page foi convidado para substituir Eric Clapton no Yardbirds, mas recusou a proposta por não querer desagradar o amigo. Em vez disso, ele indicou Jeff Beck, consolidando sua reputação não apenas como músico, mas também como um influenciador nos bastidores do rock britânico. Pouco depois, quando Beck deixou o Yardbirds, Page finalmente assumiu a guitarra solo, preparando o terreno para a formação do Led Zeppelin.
Uma curiosidade pouco conhecida é que Page foi chamado para participar de sessões de gravação dos Rolling Stones no álbum Their Satanic Majesties Request (1967), mas suas partes foram cortadas da versão final. Esse fato alimenta a lenda sobre a rivalidade criativa que existia entre Page e Keith Richards nos bastidores.
A Ligação com Yardbirds e o Surgimento do Led Zeppelin
Page entrou para o Yardbirds inicialmente como baixista e, posteriormente, como guitarrista solo ao lado de Jeff Beck. Quando a banda se desfez, Page ainda tinha compromissos a cumprir sob o nome Yardbirds. Assim, ele recrutou novos músicos para formar o que se tornaria o Led Zeppelin. A transição do Yardbirds para o Led Zeppelin foi gradual, mas essencial para consolidar a visão musical de Page.
John Paul Jones, renomado músico de estúdio e arranjador, ofereceu-se para tocar baixo. Jones, que já havia trabalhado com Page em diversas gravações, viu no novo projeto uma oportunidade de finalmente sair dos bastidores e brilhar nos palcos. Robert Plant foi descoberto durante um show com sua banda Band of Joy. Curiosamente, Plant não foi a primeira opção. Terry Reid, um cantor mais conhecido na época, recusou o convite, o que abriu as portas para Plant. O que parecia ser um plano B se mostrou a decisão perfeita, já que a voz de Plant tornou-se uma das mais emblemáticas do rock.
Para a bateria, Plant sugeriu John Bonham, que também tocava no Band of Joy. A química entre os quatro foi imediata, formando assim o lendário quarteto. Bonham, conhecido por sua força e precisão, foi a peça final que consolidou o som pesado e único da banda.
A Origem do Nome Led Zeppelin
A origem do nome “Led Zeppelin” tem várias teorias, mas a versão mais aceita envolve Keith Moon, baterista do The Who. Durante uma sessão de gravação, Moon brincou que a banda de Page afundaria como um “zepelim de chumbo” (lead zeppelin). A ideia pegou, mas Page retirou a letra “a” de “lead” para evitar pronúncias erradas. A escolha do nome refletia o desejo de Page de criar algo inovador e pesado, mas ao mesmo tempo sofisticado, assim como um zepelim que voa majestoso, mas carrega uma força colossal.
O Primeiro Álbum: A Revolução do Som
O álbum de estreia, Led Zeppelin (1969), foi gravado em apenas 30 horas e custou £1.700. Page, determinado a criar uma sonoridade única, inovou ao posicionar os microfones distantes da bateria de John Bonham, capturando a ambiência do estúdio. O resultado foi um som de bateria grandioso, que se tornou marca registrada da banda. Esse método de gravação revolucionou a indústria musical, influenciando gerações de produtores e engenheiros de som.
Entretanto, o álbum também trouxe polêmicas de plágio. Dazed and Confused foi fortemente inspirada em uma música de Jake Holmes, enquanto How Many More Times pegava elementos de Howlin’ Wolf e Albert King. Apesar disso, o disco foi um sucesso imediato, catapultando a banda para o estrelato internacional.
Page também usou técnicas de gravação reversa nas faixas Communication Breakdown e Good Times Bad Times, algo incomum na época, criando um efeito inovador e marcante.
Led Zeppelin II: O Nascimento do Riff Pesado
Liderado pelo clássico Whole Lotta Love, Led Zeppelin II solidificou o sucesso da banda. A famosa Gibson Les Paul de Page, vendida a ele por Joe Walsh (Eagles), foi usada para criar o som pesado do álbum. As gravações foram feitas em diferentes estúdios durante as turnês, o que adicionou uma energia crua e espontânea ao disco.
A música What Is and What Should Never Be foi inspirada em um romance secreto de Plant com sua cunhada, adicionando um tom pessoal e polêmico ao álbum. Moby Dick, uma das faixas mais famosas, foi criada para destacar o virtuosismo de Bonham na bateria, apresentando um solo épico que ainda hoje é referência para bateristas.
Led Zeppelin III: A Exploração Acústica e o Futuro dos Integrantes
Em Led Zeppelin III, a banda adotou uma abordagem mais acústica, influenciada por uma temporada de Page e Plant em Bron-Yr-Aur, no País de Gales. Músicas como That’s The Way foram compostas durante esse retiro. A mudança de direção surpreendeu muitos fãs, mas foi fundamental para mostrar a versatilidade do grupo.
Após a separação do Led Zeppelin, John Paul Jones continuou ativo na música, participando de diversos projetos e colaborações. Em 2023, ele anunciou novas parcerias com músicos emergentes, mostrando que seu talento continua influente.