O AC/DC é uma das maiores lendas do rock de todos os tempos. Com riffs pesados, energia inigualável nos palcos e uma trajetória repleta de altos e baixos, a banda australiana conquistou milhões de fãs ao redor do mundo. Desde o icônico uniforme de colegial de Angus Young até a trágica morte de Bon Scott, o AC/DC tem uma história cheia de reviravoltas que nem todos conhecem.
Prepare-se para conhecer detalhes fascinantes e pouco divulgados sobre o AC/DC, que vão desde os primórdios da banda até o seu sucesso estrondoso nos palcos internacionais.
A Verdadeira Liderança da Banda
Apesar de ser a figura mais emblemática, Angus Young nunca foi o líder do AC/DC. Essa posição, por muitos anos, pertenceu a seu irmão mais velho, George Young. Desde o início, George foi o mentor e guia da banda, exercendo forte influência sobre as decisões criativas e empresariais.
George, que já era um músico de renome na Austrália, viu potencial nos irmãos mais novos e usou sua experiência para moldar o som característico do AC/DC. Angus, com todo seu carisma e talento na guitarra solo, sempre foi o rosto da banda, mas as decisões estratégicas estavam nas mãos do irmão mais velho.
O Papel de George Young
George Young foi essencial na formação do AC/DC. Antes de se tornar produtor e empresário da banda, George era membro de uma banda australiana chamada The Easybeats, famosa pelo hit “Friday On My Mind”.
Após o sucesso de sua banda, George começou a trabalhar nos bastidores, ajudando a moldar o som do AC/DC. Ele produziu os primeiros álbuns da banda, junto com Harry Vanda, garantindo que o grupo tivesse uma base sólida para crescer.
A Influência de Malcolm Young
Malcolm Young, embora discreto, foi o verdadeiro arquiteto do som pesado do AC/DC. Enquanto Angus brilhava nos solos, Malcolm criava as bases rítmicas que definiam o estilo da banda. Seu papel como guitarrista base foi crucial para o sucesso do grupo.
Curiosamente, Malcolm era considerado um guitarrista melhor que Angus nos primeiros anos. No entanto, ele preferiu ceder o protagonismo ao irmão, focando em manter a solidez do som.
Brigas Internas e Rivalidades
Apesar do sucesso estrondoso do AC/DC, nem tudo eram rosas nos bastidores. Malcolm e Angus Young, embora irmãos e parceiros de banda, frequentemente protagonizavam brigas intensas, algumas delas físicas.
Era comum, durante as turnês, que os dois se desentendessem a ponto de trocarem socos. Em algumas ocasiões, os integrantes do AC/DC desciam para o café da manhã após uma discussão e apareciam com hematomas evidentes. Malcolm com um olho roxo, Angus com outro. Essa rivalidade fraternal, longe de ser um obstáculo, foi parte do combustível que impulsionou o sucesso da banda, resultando em uma química explosiva no palco.
O Significado do Nome AC/DC
O nome AC/DC é frequentemente associado ao termo técnico que significa corrente alternada/corrente contínua. No entanto, há outra explicação, menos conhecida, que tem suas raízes na gíria australiana.
Na Austrália, “AC/DC” era uma expressão usada nos anos 70 para descrever bissexuais. A escolha desse nome reflete a influência do glam rock na banda, especialmente por parte de Malcolm Young, que era fã de artistas como Marc Bolan e David Bowie.
Essa ligação com a cena glam levou o AC/DC a tocar em locais pouco convencionais no início da carreira, como boates gays e casas de strip-tease. A banda, inclusive, abriu shows de Lou Reed, que estava em uma fase de transição sexual durante a divulgação do álbum Transformer.
Primeiros Shows e Glam Rock
Nos primeiros anos do AC/DC, o visual da banda flertava com o glam rock britânico. Malcolm Young, em particular, era obcecado pelo estilo de bandas como T. Rex e Sweet.
Em alguns shows iniciais, Angus subia ao palco com fantasias de super-herói, como Superman e Zorro. No entanto, foi a sugestão de sua irmã Margaret que definiu a icônica identidade visual de Angus Young: o uniforme escolar.
A ideia veio do hábito de Angus de chegar da escola e, sem sequer trocar de roupa, pegar sua guitarra para praticar. Margaret sugeriu que ele subisse ao palco vestido como um estudante, criando uma das imagens mais duradouras e icônicas do rock.
Primeiros Vocalistas do AC/DC
Embora Bon Scott seja amplamente reconhecido como o vocalista clássico do AC/DC, ele não foi o primeiro a ocupar essa posição. No início, a banda contou com alguns vocalistas, como Dave Evans, que chegou a gravar um compacto com a banda.
A chegada de Bon Scott foi decisiva para o som e a personalidade do AC/DC. Com uma presença de palco inigualável e uma voz única, ele rapidamente se tornou o rosto da banda ao lado de Angus.
Bon Scott e Sua Trajetória Pré-AC/DC
Antes de integrar o AC/DC, Bon Scott já tinha uma longa trajetória musical. Ele passou por bandas como The Valentines e Fraternity, que flertavam com o rock progressivo e o hard rock.
Sua entrada no AC/DC aconteceu em um momento em que ele estava praticamente desistindo da música. Scott, conhecido por sua personalidade carismática e comportamento rebelde, trouxe uma energia nova para a banda e ajudou a consolidar o som que os tornaria mundialmente famosos.
Produção e Primeiros Álbuns
Os primeiros álbuns do AC/DC foram produzidos por George Young e Harry Vanda, que formavam uma dupla lendária de produtores na Austrália. George não apenas guiava o som, mas também impunha uma disciplina rigorosa, moldando a identidade da banda.
Álbuns como High Voltage e T.N.T. foram fundamentais para estabelecer a reputação do AC/DC, mas o verdadeiro reconhecimento internacional veio com Let There Be Rock e Powerage.
High Voltage e o Primeiro Sucesso
Lançado originalmente na Austrália, High Voltage é um dos discos mais importantes do AC/DC. Embora não tenha sido um sucesso imediato nos Estados Unidos, a energia crua do álbum chamou a atenção de fãs do rock underground.
A faixa-título e músicas como “The Jack” e “T.N.T.” se tornaram clássicos, definindo o estilo agressivo e direto da banda.
AC/DC e a Cena Musical Americana
A entrada do AC/DC no mercado norte-americano não foi fácil. Apesar de impressionarem nos palcos, as rádios simplesmente não tocavam suas músicas.
A gravadora Atlantic Records chegou a ameaçar cancelar o contrato da banda caso Powerage não tivesse vendas expressivas. A situação só mudou com o lançamento de Highway to Hell, que se tornou um marco no hard rock.
Parcerias e Turnês nos EUA
Durante sua ascensão, o AC/DC abriu shows para bandas gigantes como KISS, Aerosmith, Ted Nugent e Cheap Trick. Eles também fizeram turnês com Lynyrd Skynyrd, quase embarcando no avião que, tragicamente, caiu em 1977, matando membros do Lynyrd Skynyrd.
Essas turnês ajudaram a banda a ganhar reputação como uma das melhores performances ao vivo da época.
Highway to Hell e o Sucesso Mundial
Highway to Hell (1979) foi o álbum que finalmente colocou o AC/DC no mapa global. Produzido por Mutt Lange, o disco marcou uma virada na carreira da banda, com faixas como “Highway to Hell” e “Touch Too Much” se tornando hinos do rock.
Infelizmente, esse sucesso foi ofuscado pela trágica morte de Bon Scott, que faleceu poucos meses após o lançamento do álbum.
A Morte de Bon Scott
Bon Scott morreu em fevereiro de 1980 após uma noite de excessos. A causa oficial foi intoxicação alcoólica, mas há relatos de que o cantor também consumiu heroína na noite de sua morte.
Scott foi encontrado sem vida em um carro, após ser deixado por um amigo que não conseguiu carregá-lo até sua casa.
A Chegada de Brian Johnson
Após a morte de Bon Scott, o AC/DC testou vários vocalistas, mas foi Brian Johnson que acabou conquistando o posto. Sua poderosa voz e energia no palco garantiram uma transição perfeita.
Johnson foi responsável por gravar o lendário Back in Black, o segundo álbum mais vendido da história da música, atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson.
Legado de Malcolm Young
Malcolm Young deixou a banda em 2014 devido a problemas de saúde relacionados à demência. Ele faleceu em 2017, mas seu legado continua vivo em cada acorde do AC/DC.
A banda segue em turnê, mantendo o espírito do rock’n’roll vivo para novas gerações.
Conclusão
O AC/DC é muito mais do que uma banda de rock. Eles representam a essência do hard rock, com histórias de superação, brigas familiares, tragédias e renascimentos. Seu legado permanece, inspirando músicos e fãs ao redor do mundo.