O Metallica não é apenas uma banda, é uma força que redefiniu o heavy metal e influenciou a música em escala global. De shows lotados a álbuns históricos, a trajetória da banda é marcada por momentos de superação, disputas internas e um comprometimento inabalável com a inovação. Neste artigo, exploramos a história oculta e fascinante do Metallica, revelando curiosidades que até mesmo os fãs mais dedicados podem desconhecer.
Lars Ulrich: De Promessa do Tênis ao Coração do Metallica
O que muitos ignoram é que Lars Ulrich, o carismático baterista e cofundador do Metallica, começou sua carreira esportiva no tênis. Criado em uma família dinamarquesa de classe alta, Lars competia em torneios juvenis, mas sua paixão pelo rock o desviou desse caminho. Após se mudar para Los Angeles, a coleção de discos e a vontade de formar uma banda tomaram a dianteira.
Em 1981, Lars publicou um anúncio no jornal The Recycler, buscando músicos para uma banda inspirada por Iron Maiden e Diamond Head. James Hetfield respondeu, mas o primeiro ensaio foi um desastre. Lars não conseguia manter o ritmo e derrubava partes da bateria constantemente. Hetfield quase desistiu da parceria, mas a vasta coleção de discos de Lars e sua disposição em financiar as gravações mantiveram o projeto vivo.
Lars convenceu Brian Slagel, fundador da Metal Blade Records, a incluir “Hit the Lights” na coletânea “Metal Massacre”. Curiosamente, o nome da banda foi erroneamente grafado como “Mettallica”. Esse erro de digitação foi o pontapé inicial na jornada para a ascensão global.
James Hetfield: A Luta Pela Identidade Musical
James Hetfield, conhecido hoje por sua presença imponente nos palcos, enfrentou dificuldades com sua performance vocal no início. Inspirado por Rob Halford do Judas Priest, ele tentou alcançar notas altas que não se encaixavam naturalmente em seu timbre. A chegada de Dave Mustaine ao grupo trouxe a ideia de Hetfield se concentrar apenas nos vocais, o que foi testado durante um show de abertura para o Saxon. Vestindo calças de oncinha, James sentiu-se desconfortável e logo voltou a assumir a guitarra base.
Houve discussões para que John Bush (Armored Saint) assumisse os vocais, mas Bush recusou a proposta. Essa decisão, por acaso, solidificou a imagem de James como o rosto e a voz do Metallica.
Dave Mustaine: Gênio e Problema em Igual Medida
Dave Mustaine, o primeiro guitarrista solo do Metallica, trouxe uma agressividade única para o som da banda. Coautor de clássicos como “The Four Horsemen” e “Jump in the Fire”, Mustaine tinha talento inegável, mas seu temperamento volátil e abuso de álcool criaram um ambiente insustentável.
Mustaine foi expulso da banda após uma série de confrontos, incluindo um episódio onde ele roubou equipamentos de seus colegas. Ele foi enviado para San Francisco com uma passagem de ônibus apenas de ida, abrindo espaço para a entrada de Kirk Hammett, do Exodus.
Cliff Burton: A Alma Musical do Metallica
A entrada de Cliff Burton em 1982 transformou o Metallica de uma banda promissora em um grupo revolucionário. Cliff era um baixista diferenciado, com influências que variavam de Rush a Ennio Morricone. Sua condição para se juntar à banda foi que todos se mudassem para San Francisco, o que acabou moldando o futuro da formação.
Burton contribuiu ativamente para álbuns como “Kill ‘Em All” e “Master of Puppets”, deixando sua marca em faixas como “Orion” e “For Whom the Bell Tolls”. Sua morte precoce em um acidente de ônibus na Suécia, em 1986, foi um golpe devastador.
Curiosamente, Burton ganhou o beliche no ônibus em uma aposta de cartas, tirando um Ás de Espadas – um detalhe trágico que assombra a banda até hoje.
Jason Newsted: O Substituto e o Baixo Silenciado
Após a morte de Burton, o Metallica recrutou Jason Newsted do Flotsam and Jetsam. Embora talentoso, Jason enfrentou resistência desde o início. Durante as gravações de …And Justice for All, seu baixo foi quase completamente apagado na mixagem final, resultando em um álbum com um som cru e minimalista.
Flemming Rasmussen, produtor do disco, revelou em entrevistas que as linhas de baixo de Jason eram excelentes, mas Lars Ulrich e James Hetfield optaram por enterrá-las na mixagem para criar um som mais agressivo.
O Sucesso Global com o Black Album
O lançamento do “Black Album” em 1991 levou o Metallica a novos patamares de popularidade. Sob a produção de Bob Rock, a banda simplificou sua sonoridade, criando hinos como “Enter Sandman” e “Sad but True”.
Bob Rock trouxe uma abordagem inovadora, exigindo que Lars Ulrich gravasse com metrônomo e incentivando James Hetfield a reduzir o número de palavras nas letras, permitindo mais melodia nos vocais. Curiosamente, o riff de “Enter Sandman” foi inspirado por Soundgarden, evidenciando a diversidade de influências.
Load e Reload: O Metallica e a Reinvenção
Os álbuns Load e Reload, lançados em meados dos anos 90, marcaram uma nova era para o Metallica. Adotando um som mais acessível e influenciado pelo grunge e rock alternativo, a banda alienou parte de sua base de fãs tradicional, mas consolidou seu domínio comercial.
O visual também mudou radicalmente. O corte de cabelo dos membros simbolizou uma renovação, embora interna e externamente, a banda lidasse com conflitos e divisões criativas.
Metallica Hoje: Uma Lenda em Constante Transformação
Com mais de 40 anos de estrada, o Metallica permanece como uma das maiores bandas da história do rock. Suas turnês esgotadas e álbuns continuam a influenciar novas gerações. A capacidade de se reinventar, mesmo diante de controvérsias, mantém a banda relevante e icônica.
A jornada do Metallica não é apenas uma história de sucesso musical, mas um testemunho do poder da resiliência, da criatividade e do amor incondicional pelo heavy metal.
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